
Quem não sofreu alguma vez os efeitos da dependência emocional?
A dependência emocional faz muitas vítimas de amores ruins e doentios. Isso porque, sob o disfarce de amor romântico, a pessoa dependente passa a se esquecer de quem ela realmente é em prol da valorização do outro.
Assim, o dependente coloca o parceiro como prioridade e passa a se deixar, muitas vezes, em último plano.
A romantização da dependência emocional
Não é raro vermos, em filmes e livros, a romantização do amor dependente, muito pautado em declarações extremas e exageradas de amor, como por exemplo:
- “Minha existência não tem sentido sem ela”;
- “Vivo por ele e para ele”;
- “Ela é tudo para mim”;
- “Ele é a coisa mais importante da minha vida”;
- “Não sei o que faria sem ela”;
- “Se ele me faltasse, eu me mataria”;
- “Eu venero você”;
- “Preciso de você”.
Geralmente, pensamos que essas afirmações são demonstrações de amor, representações verdadeiras e confiáveis do mais puro e incondicional dos sentimentos.
Entretanto, essas frases evidenciam uma crença perigosa: o amor autêntico deve estar infectado de dependência emocional.
Uma questão cultural
Por razões culturais, dificilmente nos preocupamos com o excesso de amor, mas geralmente ligamos o alerta ao menor sinal de desamor. Superestimamos as vantagens do amor e minimizamos as suas desvantagens. Vivemos com a dependência emocional à nossa volta, a aceitamos, a permitimos e a patrocinamos.
Além disso, não somos ensinados a enxergar a dependência afetiva como algo indesejável, mas como um objetivo a ser conquistado.
Não existem campanhas de prevenção ou tratamentos muito sistematizados contra o mal do amor. Logo, essa é uma questão com a qual, muitas vezes, não sabemos lidar.
Um vício preocupante
A dependência emocional é considerada, por muitos, o pior dos vícios. Mas você deve estar se perguntando: por que isso seria considerado um vício?
A explicação é simples: o vício afetivo tem as características de qualquer outra adicção, mas com certas peculiaridades.
Quando pensamos em “vício“, tendemos a imaginar uma pessoa com dependência química nos estágios mais avançados, que teve a vida arruinada.
O que geralmente não levamos em consideração é que os vícios podem estar relacionados a diversos fatores, não apenas ao álcool ou às drogas.
O conceito de vício leva em consideração o costume persistente de fazer ou consumir algo, levando à dependência e fazendo com que a continuidade do comportamento seja irresistível.
Assim, o adicto está sempre em busca da situação que traga essa sensação de alívio imediato, mesmo que isso o prejudique a longo prazo.
No caso da dependência emocional, não é diferente. O dependente se vê sempre tentando manter o relacionamento a qualquer custo. Em muitos casos, não importa o quão nociva for a relação, as pessoas são incapazes de colocar um fim nela.
Em outros, a dificuldade reside numa dificuldade para lidar com o abandono ou a perda afetiva. Ou seja: ou não se conformam com o rompimento ou permanecem numa relação que não faz mais sentido.
Outra característica do vício é a síndrome de abstinência, que, no caso da dependência emocional, é vivida na ausência da pessoa amada, podendo ser manifestada por angústia, apatia, depressão, desorientação, desespero, ansiedade, ataques de pânico, entre outros sinais. Quando o amor obsessivo dispara, nada parece detê-lo.
Como resolver a dependência emocional?
A obediência ao outro, a subordinação e a busca pela manutenção do relacionamento a qualquer custo que caracterizam o estilo dependente não são recomendáveis.
Geralmente, as pessoas buscam o caminho mais fácil: o alívio, mas não a cura. As mudanças, quando são verdadeiras, são dolorosas. Não há poção para acabar com a dependência afetiva.
Não é verdade que uma pessoa deva se desapaixonar para terminar uma relação ou que deva desamar por força de vontade e de razão.
Se fosse dessa forma, o processo inverso seria possível, mas sabemos bem que não nos apaixonamos por quem queremos. Também não é necessário que o relacionamento acabe para que cessem os comportamentos dependentes.
O tratamento para dependência emocional, assim como aqueles usados nos problemas de vícios em substâncias, é baseado em deixar de usar a droga, independentemente da sua vontade.
Assim, é muito importante desenvolver o autocontrole para que o dependente, ainda que necessite da pessoa amada, seja capaz de lutar contra a urgência e a vontade de tê-la.

Meu nome é Alexia Lopes Ribeiro
Sou psicóloga clínica (Psicóloga Online) CRP 09/16286, graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, e meu trabalho é te ajudar a superar obstáculos que você possa estar enfrentando em sua vida, melhorando a sua autoestima, seu relacionamento, qualidade de vida e saúde mental.